sexta-feira, 15 de abril de 2011
O que parecia brincadeira de criança...
Lembro-me perfeitamente daquele final de tarde em que me ajoelhei no chão debruçada sobre a mesinha de centro da sala da pequena casa onde minha família e eu morávamos, observando um papel em branco e os vários lápis coloridos disponíveis, todos expostos ao lado do papel. Por alguns minutos permaneci observando aquele vazio do papel em branco, achando tudo tão monótono, tão dramático... Eu sentia como se o papel estivesse me pedindo vida. Tracei com uma régua várias formas geométricas e marquei todas elas com caneta preta, formando margem em negrito entre todas as figuras. Escolhi algumas cores das quais eu mais gostava, e comecei a pintá-las, cada uma de uma cor. E assim fui me expressando naquele papel, por horas. Quando percebi que, sem pensar, havia usado todas as cores que compunham a paleta. Era uma tela psicodélica. Multicolorida. Expressiva. Determinada. Mesmo depois de horas trabalhando para desenvolver uma arte, que era minha, ainda consegui me surpreender com o resultado. Minhas mãos estavam cansadas mas aquilo me causou um prazer tão intenso que eu quis começar de novo. Fiz outra. E outra. Eram várias! E cada vez que via o resultado de cada uma delas, mais realizada me sentia. Eu tinha 8 anos de idade, e eu não tinha dúvidas. Eu queria ser uma artista plástica! E é aí que começa a história...
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