sábado, 23 de abril de 2011

Tempos góticos



Aos 16 anos, me encantei com a voz e com o estilo de Amy Lee, vocalista da banda Evanescence. Que me levou a conhecer Nightwish, Lacuna Coil, Tristânia, Lacrimosa, Within Temptation, Xandria, Épica. Todas reconhecidas como bandas de estilo Gothic Metal.
As vocalistas de ambas as bandas usavam roupas de estilo medieval porém com um toque de rebeldia dark underground. 
Cada vez mais eu me sentia encantada por aquele mundo perfeitamente obscuro para o qual aquelas músicas me transportavam. Foi quando conheci a arte da customização. 
Com linhas e agulhas eu mesma costurava, a mão, todos os meus corsets, saias de tule, luvas rendadas. Abusava das cores de tons quentes, como o vermelho e o preto. Com um ponto aqui e outro ali, eu via nascer as roupas que eu passaria a usar pelos próximos dois anos. Eram em torno de três dias totalmente dedicados a essas peças, confeccionadas com muita paciência e delicadeza. Um esforço que valia a pena, pois eram peças que somente eu teria. Eram peças nas quais eu depositava toda a minha dedicação. E eu usava todas elas, com orgulho.
Aderia ás minhas customizações acessórios como crucifixos, coturnos, meias desfiadas, maquiagem dark e cabelos soltos e compridos.
Ficava bastante satisfeita com os elogios, quando me perguntavam de onde vinham os corsets e eu logo respondia: Eu que fiz! 
Minha mãe me apelidava carinhosamente de bruxinha, porém ela me aceitava do jeito que eu era.
Pelas ruas da pequena cidade o espanto das pessoas era até engraçado de se ver, pudera, a garota doce, coberta por tules pretos e rendas escuras numa tarde de sol. (Daí o codinome "sweet moonwitch")
O espanto das pessoas era a minha diversão. 
Quando elas olhavam dentro dos meus olhos, que eram castanhos, e "ficaram verdes" viam no que eu tinha me transformado. Eu havia me transformado no que eu queria, no que eu gostava de ser. Era o que me importava.
Me chamavam de personagem, de ilusão.
E era essa a intenção, fugir da realidade cotidiana e viver uma realidade que era só minha, sem deixar que influenciassem nisso.
Eu era a gótica, era a bruxa, era a vampira, era uma personagem, era qualquer coisa... Mas eu não era igual a ninguém.
Isso bastava. 






P.S.: Hoje, essas peças customizadas, pertencem a uma grande amiga, que com muito carinho dá continuidade ao uso. E é dona de um estilo que faz jus á cada um destes corsets.
Saudosa Broken Doll.


3 comentários:

  1. Lembro de você assim. Com este mesmo olhar determinado e estilo inesquecível.
    Você é maravilhosa em tudo o que faz!
    Parabéns Ge!

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  2. Tão profundo e verdadeiro! Putz, paro e penso: ficar se importando com o que os outros falam não leva a nada. E não podemos ter medo de mudar! Nunca! Por isso admiro muito você, apesar de não te conhecer direito.Parabéns, continue assim... 'Cê vai longe garota e espero que um dia eu vá também...
    Obs: Lacuna Coil, ótima banda, me ajudou muito na minha época dark e triste. Aliás, todas as bandas góticas que eu ouvia eu guardo com muito carinho no coração porque me ajudaram a sair da fossa!
    Beijo e abraço Grande Ge!
    Flávia Aline

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  3. Todo esse respeito e admiração que vem de vocês é que me dão o gás necessário pra continuar.
    Muito obrigado pelo interesse de vocês pelo meu Blog e por todas as coisas boas que desejam para o meu futuro!
    Um beijo enorme Flávia Aline e amigo anônimo, rs.

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